A falta de ordem ou limites estão tomando conta do Brasil, não é só no campo político, não é só por culpa do governo, mas de uma forma geral todos nós estamos perdendo a noção e a razão do que é certo ou errado. Bandidos assaltam pessoas de bem a luz do dia nas capitais, estações de trem ou de ônibus sem serem incomodados pelas autoridades e nem serem contidos pelos populares que muitas vezes assistem a tudo sem interferir afim de evitar os horrores de um crime.
“Farinha pouca, meu pirão primeiro” diz o ditado popular e as pessoas estão a cada dia levando isso ao pé da letra, as pessoas não se preocupam mais com o seu semelhante, não exercitam mais a compaixão com a dor do outro, contando que o seu bem-estar esteja de certa forma assegurado.
A ética que deveria nortear a postura das pessoas dentro de suas profissões também estão se deteriorando, a cada dia temos a sensação que ela não serve para mais nada.
Os médicos até se formarem juram atender as pessoas em qualquer circunstância, mas quando colam grau tomam outras decisões que nada tem a ver com aquelas que fizeram para merecer o diploma, não querem atender longe de casa, não dão atenção aos mais pobres e sequer querem saber de plantão em hospital público.
Os Jornalistas aprendem num banco de faculdade que é necessário checar a fundo uma informação, a credibilidade da fonte e sempre que possível dar voz aos dois lados de uma mesma questão, evitando assim a promoção de injustiças contra quem quer que seja.
Muitos que deveriam ser imparciais, acabam se tornando verdadeiras caixas de ressonância que só servem para espalhar boatos e mentiras com viés de credibilidade.
Os médicos não atendem a quem precisa. O Governo então criou um programa para este fim, o Mais Médicos, claro que a chiadeira de uma classe elitizada foi geral, mas muitos da classe são contra só pelo simples fato de ser contra, pois não tem interesse em ir atender nos rincões deste país ou prestar serviço no posto de saúde.
Os jornalistas que em 2009 foram surpreendidos com a decisão do STF que cassava sumariamente o diploma para exercício da profissão, não tem ficado atrás no quesito falta de noção, com o advento da Internet as coisas pioraram muito.
Os jornalistas que deveriam sair preparados da faculdade, acabam sucumbindo ao imediatismo imposto pela velocidade com que a notícia tende a mudar, com isso a apuração e a veracidade dos fatos acaba renegado a segundo plano, realizada de forma muito superficial.
A consequência disto é a facilidade que pessoas mal-intencionadas tem para espalhar uma história que muitas vezes não tem nada de verdade, sendo apenas um boato que vija na velocidade da luz aos quatro cantos do Mundo. Em meio as polêmicas publicadas a esmo, em nota divulgada no último sábado (25/7), a OAS repudiou matéria publicada pela revista Veja, negou qualquer conversa de Léo Pinheiro com o Ministério Público sobre delação premiada.
A reportagem, assinada por Robson Bonin, cita "segredos devastadores" contra o ex-presidente Lula, como despesas pessoais que teriam sido pagas pelas empreiteiras e que ele teria conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras.
Talvez amanhã ou depois alguma coisa dita na reportagem venha a ser confirmada, mas cada linha escrita pelos jornalistas soa como ilações, apostas que eles torcem para que venham a ser confirmadas para aí sim poderem comemorar um grande furo de reportagem. Por coincidência a revista também está no centro de outra polêmica, desta vez envolvendo o Senador Romário, que desde o primeiro momento deixou claro que pretende processar a revista, o editor e o jornalista que assina a matéria.
O senador Romário (PSB-RJ) afirmou, por meio de publicação em sua conta no Facebook também no último sábado (25/7), que se sente um “ganhador na Mega Sena” com a informação de que teria valor equivalente a R$ 7,5 milhões em conta na Suíça, após reportagem divulgada pela Veja.
A pedida do Baixinho na Justiça deve girar em torno destes valores, além de impor uma derrota humilhante a fata de ética, o Tetracampeão do Mundo ainda deve ganhar de brinde a Prefeitura do Rio, caso confirme sua intenção de ser candidato a prefeito da cidade. A Veja acaba embasando a retidão do craque.
Romário negou tudo desde o princípio.
“Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia, assim que possível, irei ao banco para confirmar a posse desta conta, resgatar o dinheiro e notificar à Receita Federal. Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a esta quantia.
Estou me sentindo um ganhador da Mega-Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro”, ironizou o Senador para em seguida avisar aos jornalistas responsáveis pela reportagem: "Aos repórteres que assinam mentiras, nos vemos na Justiça".
Na mesma postagem, Romário complementa mandando o seu recado: "Agora, aqueles que devem, podem começar a contar as moedinhas, porque a conta vai chegar de todas as formas. Eu não finjo ser decente, não faço de conta ser sério e pareço ser correto. Eu sou!!!", escreve o senador.
É meus amigos a tentativa de destruir pessoas, reputações e históricos não é algo novo neste país. Bater em determinado político tem lá os seus propósitos, Lula e Romário podem não ser nenhum santinho, mas ambos são favoritos nas próximas eleições. Bater neles é favorecer alguém, sim porque se Romário não responde com energia as alegações da matéria, logo os boatos pipocariam nas redes sociais e suas pretensões políticas iriam para o saco.
Outro ditado popular diz que “quem não deve não teme” e talvez seja a firmeza de Romário que esteja faltando a Lula, Dilma e tantos outros que mesmo sendo ofendidos todos os dias, por todos os lados, custam a reagir e quase sempre deixam para lá as questões levantadas por este ou aquele veículo de comunicação. Poucos tem a coragem do senador carioca porque bem poucos não tem o telhado de vidro como ele, políticos em geral evitam comprar briga com a mídia temendo ser incomodado em outros assuntos que muitas vezes estavam quietos em algum lugar do passado.
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